Um sacerdote canadense relata sobre a transformação de sua
vida: de sem-teto para líder de um ministério dedicado a servir a população mais
pobre. Claude
Paradis era enfermeiro, mas sua dependência de álcool e drogas custaram
caro. Por causa do vício, acabou perdendo emprego, família e foi morar
nas ruas de Montreal, Canadá. Durante vários anos ele mendigou e conta
que perdeu toda a esperança, chegando a cogitar o suicídio.
O mesmo encontrou Deus em meio a esta profunda crise. “Tive o privilégio de
encontrar Deus no momento em que eu mais estava duvidando dele. Estava
passando por uma pequena rua atrás de uma igreja em Montreal. Não havia
ninguém. Assim que passei pela velha igreja, fui impelido a voltar”.
Ele lembra que entrou no templo e ali teve um profundo encontro
com Deus. Sentiu-se movido a se tornar “um homem da Igreja”. Voltou diversas vezes e ouviu a mensagem do evangelho, que oferecia uma nova
vida. Viciado em crack e cocaína, lutou contra isso por um tempo.
Empenhado em sair das ruas, foi apoiado pelos padres locais. Anos depois, foi
estudar e se tornou “um ministro para aqueles que enfrentam as mesmas
lutas”. Com aproximadamente 57 anos de idade, ele se dedica a servir prostitutas,
ex-condenados e os mais pobres.
No mês de dezembro do ano
passado, Paradis conta que voltou a dormir algumas noites com os
sem-teto em sua cidade. Assim poderá servi-los e viver em solidariedade
ao lado deles. Ele está à frente do ministério Notre-Dame-de-la-rue, que oferece comida, abrigo e leva o evangelho
para pessoas em situação de pobreza na rua.
Destacou Paradis:
“A rua me trouxe para a Igreja e a Igreja no final me levou de volta à rua”, resumiu o padre em entrevista recente. Destaca que muitas vezes as pessoas não querem sair da rua, mas aceitam orações e uma palavra de esperança.
“Antes,
o isolamento e o desespero tomavam conta de mim”, sublinha. “Mas agora,
é na rua onde quero estar, até eu morrer”. Ele tem recebido intenso
apoio do arcebispo de Montreal, Christian Lépine, que elogia a
iniciativa, considerada por ele “a necessária presença da Igreja para
oferecer encorajamento”.